NOSSO OBJETIVO

Este blog é fruto de uma parceria entre os professores articuladores do Laboratório de Informática do Colégio Estadual Dom Luciano José Cabral Duarte, profª Ana Luiza Nunes Shunk, profª Maristela Moura Gonçalves e prof. Manoel Alcino Nascimento Santos, e a Diretoria de Cultura do Grêmio Estudantil Edson Luiz e de seu diretor Elvacir Luiz dos Santos Neto. Ele foi criado com o objetivo de levar informações de caráter relevante à sociedade de uma maneira geral, assim como, buscar a integração da comunidade escolar como um todo, professores, funcionários, pais e alunos.

quinta-feira, 10 de junho de 2010



Ação de Preservação Mobiliza direção e Alunos do CEDLJCD





Diante da crescente onda de depredação de nosso patrimônio escolar, por parte de alguns alunos pouco esclarecidos, formou-se um grupo de ação , Grupo de Ação de Preservação do Patrimônio Escolar, GAPPE, com o objetivo de erradicar do ambiente escolar esse tipo de ação nefasta. O grupo é composto por Murilo Prado Smith, diretor do Colégio Estadual Dom Luciano José Cabral Duarte, Elvacir Luiz, diretor cultural do Grêmio Estudantil Edson Luiz, e os alunos, Nayara Souza (foto) e Wesley Santos. Do dia 07 ao dia 09 de junho do corrente ano, foram realizadas atividades de limpeza das pichações nos banheiros.




Os alunos trabalharam de forma voluntária, pois de acordo com Elvacir Luiz (foto) essa ação se faz necessária “para que nós, enquanto alunos dessa instituição, tenhamos consciência de que somos responsáveis pela manutenção, conservação e preservação diária do nosso patrimônio, que é ao mesmo tempo nosso e de todos aqueles que compartilham do seu uso. Cidadania, envolve não só os direitos, como em nosso caso particular, a questão da educação pública como um direito humano, porém nós como cidadãos temos o dever de lutar pela preservação daquilo que é nosso, que é coletivo”.






Essa ação permanecerá de forma contínua, e aqueles que desejarem contribuir para o seu desenvolvimento podem buscar informações junto à direção e com os participantes do grupo.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

FESTAS JUNINAS: CULTURA, RELIGIOSIDADE E TRADIÇÃO

“Capelinha de melão / É de São João /
É de cravo, é de rosa / É de manjericão.
São João está dormindo / Não me ouve não /
Acordai, acordai / Acordai, João.”

Capelinha de Melão
Autor: domínio público

Quem não conhece, dançou ou cantou esse refrão tão característico das Festas Juninas? Você se lembra da Noite de São João?
“Chegou a hora da fogueira
É noite de São João
O céu fica todo iluminado
Fica o céu todo estrelado
Pintadinho de balão....”

Chegou a hora da fogueira
Autor: Lamartine Babo


Festa de Junina que se preze tem caipira, quadrilha, baião, forró, casamento na roça, fogueira, balões, bandeirinhas e uma culinária característica repleta de pinhão, pamonha, canjica, bolo de fubá, pipoca e quentão. Características desse Brasil tão “caipira” e adorável!
A festança dos santos de junho
Antônio, João e Pedro são, até hoje, os santos mais populares do Brasil. Mas o que poucos sabem é que toda essa alegria remonta à Antigüidade, quando por toda a Europa festejos pagãos comemoravam no mês de junho o início do preparo da terra para o plantio. Hoje, a festança começa no dia 12, véspera de Santo Antônio, e termina no dia 29, dia de São Pedro. Mas o auge mesmo é a noite de 23 para 24, dia de São João Batista, o santo fogueteiro.
O começo de tudo
Para os povos da Antigüidade, junho era um mês especial. A primavera chegava ao fim e o verão se aproximava. E, com a nova estação, dias mais longos e quentes: época ideal para o plantio.
Solstício de verão. Em todo o Hemisfério Norte, junho é o mês do solstício de verão: a partir daí, os dias passam a ser mais longos e quentes – época ideal para preparar a terra para o plantio. Por ser um período do ano tão especial, o costume de festejar esse mês surgiu na Europa antiga, antes do cristianismo. Na Antigüidade, quando a ciência ainda não havia explicado o funcionamento do universo, as alterações no clima eram atribuídas à magia e aos deuses. Dias quentes e ensolarados, depois dos meses frios do inverno e dos dias amenos da primavera, eram considerados uma
bênção divina. Assim, os povos daquela época criaram rituais para garantir a boa vontade e a bondade das divindades responsáveis por esses fenômenos.
Você sabia?
Antes de o cristianismo dominar a Europa, as festas juninas comemoravam a deusa Juno, mulher de Júpiter, que fazia parte do panteão do Império Romano. Para diferenciar as festas de Juno da festa de João, a Igreja Católica passou a chamá-las 'joaninas'. Com o tempo, as festas joaninas, realizadas em junho, acabaram sendo mais conhecidas como 'juninas'.
Sincretismo religioso
Quando o cristianismo tornou-se a religião oficial do Ocidente, no século IV, as principais celebrações pagãs foram sendo incorporadas ao calendário das festas católicas. Foi assim com o Natal, com o Dia de Todos os Santos e também com as festas juninas. Já no século VI, a Igreja Católica reservou o dia 24 de junho para comemorar o nascimento de São João Batista, que, segundo a Bíblia, batizou Jesus Cristo. Aos poucos os cristãos foram criando novos mitos para explicar as práticas anteriores (pagãs). Estavam fazendo o que hoje chamamos sincretismo religioso. Por exemplo: para justificar o uso do fogo na festa cristã, conta-se que Santa Isabel teria acendido uma fogueira para avisar Maria – sua prima – do nascimento de seu filho João Batista. As comemorações foram ampliadas no século XIII, incluindo o dia da morte de Santo Antônio de Pádua, 13 de junho, e o da morte de São Pedro, 29 de junho.
A festa no Brasil
Quando os jesuítas chegaram ao Brasil, difundiram várias festas religiosas. E logo as celebrações se mostraram muito eficazes para atrair a atenção dos indígenas para a mensagem catequizadora dos padres. Em especial as festas joaninas – comemoradas com fogueiras, rezas e muita alegria –, que coincidiam com o período em que os índios realizavam seus rituais de fertilidade. De junho a setembro é época de seca em muitas regiões do país. Os rios baixos e o solo seco deviam ser preparados para o plantio. Os roçados do ano anterior ainda estavam repletos de mandioca, cará, inhame, batata-doce, abóbora e abacaxi.
Também era época de colheita do milho, do feijão e do amendoim. Tanta fartura era considerada uma bênção e devia ser comemorada com danças, cantos, rezas e muita comida. Essa coincidência de comemorações fez com que as festas juninas ficassem entre as preferidas da população. E a tradição mantém-se até hoje em várias cidades brasileiras: nas festas juninas deve-se agradecer a abundância do ano anterior, reforçar os laços familiares e rezar para que os maus espíritos não impeçam a próxima colheita.
A influência brasileira pode ser percebida nas comidas servidas durante a comemoração. Alimentos como o aipim (ou mandioca), milho, jenipapo e leite de coco foram introduzidos na festança pelos brasileiros, além de costumes como o forró, o boi-bumbá, a quadrilha e o tambor-de-crioula.
Das terras francesas, vieram os passos e marcações inspiradas na dança da nobreza européia. Já dos chineses vieram os famosos fogos de artifício. A dança-de-fitas, bastante comum no sul do Brasil, é originária de Portugal e da Espanha.
Para os católicos, a fogueira, que é maior símbolo das comemorações juninas, tem suas raízes em um trato feito pelas primas Isabel e Maria. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel acendeu uma fogueira sobre o monte.
Além da fogueira, os balões são outro elemento de cunho religioso. Cabia a eles levar os pedidos dos fiéis aos santos.
Por que existe a cultura do "caipira" em nossas festas juninas? O dicionário Aurélio define o termo "caipira" como "habitante do campo ou da roça: jeca, matuto, roceiro, caboclo, capiau ou tabaréu". Ou seja, a expressão refere-se genericamente às pessoas ligadas ao campo, de poucas letras e pouca vivência urbana. O termo "caipira”, como é definido vocabularmente, refere-se a um tipo encontrado em qualquer região brasileira, respeitando suas características culturais, históricas e geográficas.
Várias teorias tentam explicar a introdução da paródia caipira em nossas festas juninas (os trajes usados nas festas juninas imitam toscamente as roupas dos interioranos dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás). Uma das explicações traz uma força histórica muito grande: a Revolução de 1930 e, sobretudo, o golpe do Estado Novo, em fins de 1937, foram responsáveis pela propagação autoritária do sentimento de brasilidade. Buscava-se concretizar cultural e ideologicamente a formação em curso de mercado e de indústria, centrados no eixo Rio-São Paulo. Para tal, foram marginalizados os sentimentos regionalistas.
Durante a Proclamação ao Povo Brasileiro, de 10 de novembro de 1937, o presidente Getúlio Vargas denunciou o "caudilhismo regional" que "ameaçava a unidade nacional brasileira". Em gesto simbólico, mandou queimar publicamente as bandeiras estaduais, entre elas, a criada por seus antigos mestres, Castilhos e Borges, em 1891.
O Estado Novo promoveu a chamada "invenção da cultura nacional", como fundamento da identidade nacional imposta. Apoiou amplamente a Seleção Brasileira, o Carnaval, o samba, as festas juninas cariocas; financiou o surgimento de arquitetura moderna brasileira; estimulou a produção musical dos temas centrados na Região Sudeste. Esta foi uma medida política que buscava reprimir a cultura regional e barrar novas manifestações antigovernistas.
O resultado desta centralização e imposição cultural foi o início da massificação da cultura da Região Sudeste, que até hoje é vendida ao mundo como sendo a verdadeira e única cultura brasileira.
Pode-se afirmar que até 1930 a expressão "festa caipira" sequer existia e também que as festas juninas já aconteciam na região sul do Brasil, invocando suas particularidades culturais próprias, desde que essa região começou a ser povoada, em 1737. Se em 200 anos de história festejaram-se as datas juninas e seus
respectivos santos através da particularidade de cada região, incentivar a realização de festas caipiras, fantasiando nossas crianças de forma que ridiculariza o homem do interior, transformando-as em imitações de pequenos Jecas Tatus, é aplaudir um erro de Vargas, que tentou esmagar despoticamente todo legado cultural regional. É lamentável, mas decisões arbitrárias há 75 anos promovem a centralização da cultura nacional, ditando através da mídia o que devemos vestir, comer ou ouvir.
Mas como tentar reverter esta situação se continuarmos a aprender que em festa junina nos fantasiamos de caipiras, na Semana Farroupilha de gaúchos, e no Carnaval do que quisermos? Respeitar a cultura regional é respeitar a própria origem, as raízes que sustentam toda organização social vigente.
No Nordeste do Brasil, existe uma tradição que manda que os festeiros visitem, em grupos, todas as casas onde sejam bem-vindos. Os donos das casas, em contrapartida, mantêm uma mesa farta de bebidas e comidas típicas para servir os grupos. Os festeiros acreditam que o costume é uma maneira de integrar as pessoas da cidade. Essa tradição tem sido substituída por uma grande festa que reúne toda a comunidade, sempre com fartura de comida, dança e, é claro, muita animação, como a quadrilha.
Para não fazer feio na hora de entrar na roda. Confira o que significam os principais passos da quadrilha:
EN AVANT, TOUT - Os pares de mãos dadas vão ao centro da roda formando uma grande fila.
EN ARRIÈRE - Todos voltam aos seus lugares e os cavalheiros ficam na frente das damas.
CAMINHO DA ROÇA - As damas vão puxando os cavalheiros formando um grande círculo e depois voltam para a formação em fila.
OLHA A CHUVA! - Os pares dão meia-volta.
JÁ PASSOU! - Todos fazem meia-volta, novamente, dizendo Ehh!
OLHA O TÚNEL - Um par coloca os braços para o alto segurando as mãos formando um túnel; os demais vão passando por baixo, colocando-se adiante na mesma posição, alongando o túnel.
CESTINHA DE FLORES - As damas levantam os braços por cima dos ombros e dão as mãos aos seus cavalheiros.

Disponível em: http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/especial/docs/200706-festasjuninas.pdf, acessado em 07/06/2010, acessado em 10h35m.